Há ANOS que queria um cão! Tivemos um, que apareceu à porta e adoptamos, desde a minha infância até início de idade adulta. Teria cerca de 15 anos quando morreu. Uma vida relativamente longa e, sem dúvida, feliz.
Entretanto, a vontade de ter outro cão foi-se arrastando até que, com a pandemia, passei a trabalhar a partir de casa, tendo muito mais disponibilidade para me dedicar a um animal de estimação.
Devido às minhas condições de habitação, precisava de um cão pequeno: o animal teria de passar o dia comigo no interior, uma vez que o espaço exterior não me pertence e não quero que provoque estragos, e não tenho espaço suficiente para um cão de porte grande. No entanto, não me passou pela cabeça comprar um cão de raça. Sabia que, se procurasse bem e soubesse esperar, iria encontrar o animal certo.
Alguns anúncios depois, encontrei um cão de cerca de meia dúzia de quilos, já adulto, que o dono já não tinha condições para manter. Procurava uma família nova para o seu amigo. Peguei no carro, peguei no namorado e, 30 minutos depois em autoestrada, travei conhecimento com o Pingo (que, na altura, tinha outro nome).
Este é o resumo da história. Depois, consegui saber um pouco mais do percurso do meu pequeno. O canil municipal tinha-o resgatado há cerca de dois anos, uma associação local recolheu-o e tratou de lhe encontrar um dono, com quem esteve dois anos. A idade estimada do Pingo é de 7 anos e o seu comportamento ainda reflecte o percurso que teve, mas acredito que já confia em nós e que sabe que, agora, tem uma família para sempre.
Posto isto, sendo eu preocupada com questões ambientais, transfiro também essa preocupação para os cuidados com o cão.
Alimentação
A ideia é, quando descobrir a ração ideal para ele, comprar sacos grandes. Para já, como o pequeno só gosta de determinadas texturas e já teve algumas reacções alérgicas a uma ração, estou a tentar encontrar a mais indicada. Não come, por opção nossa, comida «de humano», a não ser um pedacinho de maçã ou um amendoim, a título de snack/recompensa, muito raramente. Temos também os sticks dentários e biscoitos.
O meu cão não segue uma alimentação vegetariana/vegana. Sei que algumas pessoas vegetarianas optam por transferir para o seu animal a alimentação que praticam. Pesquisei bastante sobre o assunto mas, tratando-se de um cão adulto, com hábitos prévios, achei que não o deveria fazer.
Higiene
O Pingo usa o champô sólido para animais (sim, existe!) da Mind The Trash na versão «Básico», que é sem aroma, para diminuir o risco de alergias, uma vez que ele tem alguma caspa e pele sensível e estou a tentar que recupere.
Como passeia quatro a cinco vezes por dia, cortei pedaços de t-shirts velhas em forma de toalhita para lhe limpar as patinhas ao voltar a casa. Humedeço o tecido, passo com cuidado nas patinhas e nas zonas íntimas do bichinho e, em dias de chuva, ainda passo uma toalha seca em seguida. Recordo que as toalhitas convencionais não são recicláveis. Esta opção é, assim, muito mais sustentável e mais económica!
Passeios
Por norma, passeio o Pingo no nosso terreno e posso, assim, utilizar as necessidades dele como fertilizante ou enterrar. No entanto, também gosto de o levar à rua, para ver outros animais (já é «amigo» de um cão da vizinhança, vão sempre tocar os narizinhos um no outro através do portão, uns fofos!), habituar-se a ver pessoas e até para sentir outros cheiros e fazer exercício. Já costumava guardar os catálogos de publicidade para embrulhar presentes, agora guardo-os também para apanhar os vestígios da passagem do Pingo nos arredores.
Conforto
Comprei caixa transportadora para as idas ao veterinário mas optei por não comprar caminha para estar dentro de casa. Eu não uso tapetes (because rinite...) mas pedi à minha mãe para me arranjar dois tapetes que já não quisesse, uma almofada velha, e já está. Nem adiantou de muito, porque onde ele gosta mesmo de estar é no sofá :)
Ter animais é maravilhoso, mas é preciso estar consciente de que é uma responsabilidade. Já tive de ir ao Hospital Veterinário pagar um serviço de urgência num domingo, já tive de recorrer a familiares para tomar conta dele, já saí de casa muito orgulhosa do meu outfit e tive de deitar tudo para lavar porque cheguei a casa coberta de vómito do pequeno (que enjoa BASTANTE de carro e eu não sabia). Tenho de limpar o chão todos os santos dias e mesmo assim a casa nunca parece limpa. As mantas estão frequentemente cheias de pêlo e ele não distingue forçosamente quais as velhas que pode roer e quais as que são de «fazer bonito».
Eu não me importo de limpar, lavar, sacudir e ensinar todos os dias e não hesito um segundo na hora de decidir se é para levar o cão ao veterinário, mas estes são pontos a considerar no momento de adoptar.
Ainda assim, garanto que, para quem gosta de animais, o retorno em amor é impagável!
Não compres, adopta <3
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É tão bom o convívio com os animais ! Em todos os aspectos, mas sobretudo por aquilo que eles nos dão sem sequer pedir nada em troca, pelo amor incondicional que eles têm pelos donos ! Só por isso vale a companhia deles ! Não me via viver sem uma animal de estimação !
ResponderEliminarO Pingo tem um ar tão fofinho e feliz ! (A propósito é bastante fotognénico, faz umas "poses" engraçadas ! )
Exactamente :) fazem parte da família!
Eliminarahah obrigada :D Eu espero que ele seja feliz, estamos a fazer tudo por isso e acredito que estamos a conseguir, ele é todo pimpolho e brincalhão, e muito meigo!